Revista  do Projeto Pedagógico
III  - Trabalhando            com Projetos
3.            Organização dos Projetos de Trabalho
Ao            se pensar no desenvolvimento de um projeto, a primeira questão             colocada diz respeito a como surge esse projeto e,  principalmente, a            quem propõe o tema para ele. Diante dessa questão, surgem            posições diferenciadas. Alguns profissionais defendem            a posição de que o projeto deve partir, necessariamente,            dos alunos, pois, se não, ele seria imposto. Outros defendem            a idéia de que os temas devem ser propostos pelo professor, de             acordo com a sua intenção educativa, pois, de outra forma,            se cairia em uma postura expontaneísta. O que se desconsidera,             nessa polêmica, é o ponto central da Pedagogia de Projetos:            o envolvimento de todo o grupo com o processo. Um tema pode  surgir dos            alunos, mas isso não garante uma efetiva participação            destes no desenvolvimento do projeto. O que caracteriza o  trabalho com            projetos não é a origem do tema, mas o tratamento dado            a esse tema, no sentido de torná-lo uma questão do grupo            como um todo e não apenas de alguns alunos ou do professor.  Portanto,            os problemas ou temáticas podem surgir de um aluno em  particular,            de um grupo de alunos, da turma, do professor ou da própria  conjuntura.            O que se faz necessário garantir é que esse problema passe            a ser de todos, com um envolvimento efetivo na definição            dos objetivos e das etapas para alcançá-los, na participação            nas atividades vivenciadas e no processo de avaliação.            Para isso, ao se pensar no desenvolvimento de um projeto três            momentos devem ser configurados:
1-            Problematização
 É            o ponto de partida, o momento detonador do projeto. Nessa  etapa inicial,            os alunos irão expressar suas idéias, crenças,            conhecimentos sobre o problema em questão. Esse passo é            fundamental, pois dele depende todo o desenvolvimento do  projeto. Os            alunos não entram na escola como uma folha em branco; já            trazem, em sua bagagem, hipóteses explicativas, concepções            sobre o mundo que o cerca. E é dessas hipóteses que a            intervenção pedagógica precisa partir; pois dependendo            do nível de compreensão inicial dos alunos, o processo            toma um ou outro caminho. Nessa fase de problematização,            o professor detecta o que os alunos já sabem sobre o tema em            questão. É também a partir das questões            levantadas nesta etapa que o projeto é organizado pelo grupo.
2-            Desenvolvimento
 É            o momento em que se criam as estratégias para buscar respostas             às questões e hipóteses levantadas na problematização.            Aqui, também, a ação do aluno é fundamental.            Por isso é preciso que os alunos se defrontem com situações            que os obriguem a comparar pontos de vista, rever suas  hipóteses,            colocar-se novas questões, deparar-se com outros elementos  postos            pela Ciência. Para isso, é preciso que se criem propostas            de trabalho que exijam a saída do espaço escolar, a  organização            em pequenos e/ou grandes grupos, o uso da biblioteca, a vinda  de pessoas            convidadas à escola, entre outras ações. Nesse            processo, as crianças devem utilizar todo o conhecimento que            têm sobre o tema e se defrontar com conflitos, inquietações            que as levarão ao desequilíbrio de suas hipóteses            iniciais.
3-            Síntese
 Em            todo esse processo, as convicções iniciais vão            sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas.             As novas aprendizagens passam a fazer parte dos esquemas de  conhecimento            dos alunos e vão servir de conhecimento prévio para outras            situações de aprendizagem.
Apesar            de serem destacados nesse esquema três momentos no  desenvolvimento            de um projeto, é importante frisar que são momentos de            um processo, e não etapas estanques. Os projetos são processos             contínuos que não podem ser reduzidos a uma lista de objetivos             e etapas. Refletem uma concepção de conhecimento como            produção coletiva, onde a experiência vivida e a            produção cultural sistematizada se entrelaçam ,            dando significado às aprendizagens construídas. Por sua            vez, estas são utilizadas em outras situações,            mostrando, assim, que os educandos são capazes de estabelecer            relações e utilizar o conhecimento apreendido, quando            necessário.
Assim,            os projetos de trabalho não se inserem apenas numa proposta de             renovação de atividades - tornando-as mais criativas -            e sim numa mudança de postura, o que exige um repensar da  prática            pedagógica e das teorias que a estão informando.
Entendida            nessa perspectiva, a Pedagogia de Projetos é um caminho para            transformar o espaço escolar em um espaço aberto á            construção de aprendizagens significativas para todos            que dele participam. 
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Texto produzido para o 1º Curso de Diretores da Rede
Municipal de Belo Horizonte in Revista Presença Pedagógica
Texto produzido para o 1º Curso de Diretores da Rede
Municipal de Belo Horizonte in Revista Presença Pedagógica
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